Em audiência pública realizada nesta terça-feira, 17, na Assembleia de Minas, o deputado Roberto Andrade defendeu mais incetivos do Poder Público às empresas de inovação tecnológica, conhecidas como “startups”. Realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, a reunião contou com a participação de autoridades de governo, representantes de classe, especialistas e empresários. Os parlamentares veem nesses empreendimentos uma forma de mudar a matriz econômica do estado, baseada na mineração e no agronegócio.
Minas Gerais tem aproximadamente 350 “startups”, que são empresas ou negócios focados em inovação tecnológica e que cresceram 18% nos últimos seis meses, em pleno cenário de crise. As “startups” pertencem ao pequeno grupo das chamadas “empresas de alto impacto”. Estudos indicam que esses empreendimentos serão responsáveis pelo fechamento de 60% das grandes empresas no mundo até 2020. É o que diz Gibram Raul Campos de Oliveira, presidente da Netbee e representante da comunidade San Pedro Valley, um coletivo de empresas mineiras com essa formatação.
Para Roberto Andrade, cidades universitárias, como Viçosa, têm grande potencial para fomentar o progresso científico e tecnológico. “Sou de Viçosa, onde há uma das melhores universidades do Brasil, com destaque em todas as áreas do conhecimento. Muitas dessas ‘startups’ nascem dentro de uma universidade, e nós vemos a diferença que faz o investimento em inovação tecnológica”, afirmou.
O parlamentar também acredita que o estado não deve ser empecilho na vida dos empreendedores. “Sem desenvolvimento, os problemas não se resolvem. A partir do momento em que a pessoa está empregada, ela está gerando renda e recolhendo impostos, e assim nós temos mais dinheiro para educação, saúde, segurança e outras áreas. Se o trabalho da iniciativa privada é desestimulado, o estado fica sem dinheiro para fazer investimentos.”
Os empresários que participaram da audiência solicitaram que o Governo de Minas, por meio da ALMG, se aproxime das “startups”. Para o diretor-presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), Ronaldo Tadeu Pena, o Poder Público deveria “consumir” soluções que já estão prontas nas empresas, incentivando seu crescimento e mantendo os jovens talentos em Minas. Ele citou o exemplo de uma tecnologia para localizar o mosquito Aedes aegypti, desenvolvida no BH-TEC, e utilizada em Santos (SP), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES), além de uma cidade próxima de Miami (EUA). “O governo de Minas e a prefeitura de BH não compraram”, afirmou.
“Criamos filhos para ter emprego, não para gerar valor”, afirmou também o assessor da presidência da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Fábio Veras de Souza, defendendo uma mudança de paradigma que priorize a cultura empreendedora. Os desafios dessa mudança, porém, são muitos e passam, inclusive pelas diretrizes da educação, como atestou o professor da UNI-BH, Alysson Lisboa Neves. “Isso ainda causa estranhamento. Se o empreendedorismo fosse disciplina no ensino básico, teríamos um capital humano mais preparado nas universidades”, afirmou, reiterando também a necessidade de formação dos professores.
Ao final da audiência, a comissão aprovou dois requerimentos do deputado Antônio Carlos Arantes. O primeiro solicita visita ao Seed, um programa do governo de Minas de apoio a startups, instalado no Espaço Centro e Quatro, na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte. O segundo requer a realização de audiência pública para debater a injeção de capital da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) no Banco Mercantil de Investimentos (BMI), controlado pelo Banco Mercantil do Brasil, por meio de oferta pública de ações.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Roberto Andrade