Boa noite a todos!

O Grupo Agroceres e Viçosa, minha terra natal, fazem parte de uma bem-sucedida história de grandes inovações tecnológicas e serviços prestados à sociedade brasileira, na forma de produtos de qualidade inquestionável e de pesquisas pioneiras que alavancam o progresso de nosso País.

Logo no início do período do pós-guerra, em 1945, o fundador da Agroceres, Antônio Secundino de São José, fez germinar suas ideias ao tirar do papel o conhecimento aprendido em sala de aula e laboratórios para aplicá-lo na prática. Formado na primeira turma de Agronomia da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa (ESAV), que posteriormente se transformaria na Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Dr. Secundino foi um dos responsáveis por instituir uma longa tradição de destaque no agronegócio nacional que hoje a UFV se orgulha por fazer parte. Tive a satisfação de conhecer pessoalmente esse notável acadêmico e visionário homem de negócios.

Aos 27 anos, já como professor da ESAV, Secundino foi estudar nos EUA, onde dedicou-se a pesquisar o melhoramento genético das plantas e a visitar novas escolas de agricultura. Foi nessa época em que conheceu uma tecnologia amplamente difundida naquele país: a semente de milho híbrido.

Ao voltar para o Brasil, Secundino trouxe uma coleção de linhagens e cruzamentos de milho obtidos em universidades americanas e iniciou, com Gladstone Drummond, também professor e pesquisador da ESAV, pesquisas para obter um milho híbrido adaptado às condições brasileiras, embora os primeiros resultados indicassem que aquelas sementes não conseguiriam se adaptar às condições brasileiras.

Até a obtenção de um híbrido genuinamente nacional, seria necessária a criação de outras linhagens a partir de variedades brasileiras, processo que ainda tomaria muito tempo e recursos. Nesse meio tempo, o Sr. Secundino foi secretário de Agricultura da Paraíba, trabalhou na Comissão Brasileiro-Americana de Produção de Gêneros Alimentícios e, em seguida, foi contratado para trabalhar na General Mills, em Niterói (RJ), onde conheceu o químico John Ware, que o incentivou a apresentar seu projeto de milho híbrido à companhia.

A falta de investidores não constituiu barreira para fazer com que Secundino e Ware desistissem da ideia. Eles se uniram a outros sócios e, em 20 de setembro de 1945, deram início à Agroceres. O resto é história e vocês a conhecem. Ao longo das décadas, a empresa cresceu, despontou no mercado e se tornou um grande conglomerado de marcas e empresas referências em vários setores. Hoje, o Grupo Agroceres possui seis marcas que atuam nos ramos de genética animal, nutrição animal, isca formicida, palmito cultivado e sementes. Seu propósito tem sido levar tecnologia ao campo e contribuir com o agronegócio brasileiro em sua busca incessante por produzir cada vez mais e melhor.

Cada empresa do grupo é destaque no setor em que atua. A Agroceres PIC revolucionou o mercado de genética animal com o suíno híbrido. A Agroceres Multimix é sinônimo de tecnologia e inovação em nutrição animal. A Formicidas Mirex-S é líder em isca formicida. A Biomatrix e a Santa Helena Sementes retomaram a tradição da Agroceres na produção de sementes e são reconhecidas pelo alto padrão de qualidade de seus produtos. E a Inaceres está no topo do ranking da produção, do processamento e da comercialização de palmitos cultivados em todo o Brasil. Enfim, um grupo 100% nacional que deve ser motivo de orgulho para os brasileiros.

Nesse sentido, a homenagem à Agroceres vem em momento oportuno. Nossa economia vive um período delicado, o cenário político é conturbado, e devemos buscar no exemplo deste prestigiado grupo a inspiração de que o País precisa para retomar o crescimento socioeconômico, tendo como norte os pilares defendidos pela instituição: tecnologia, inovação, qualidade, atendimento e resultado.

Em meus discursos, tanto aqui na Assembleia como em outros lugares, tenho insistido na importância de como a tecnologia e a inovação podem fazer diferença em nosso progresso social. Para tanto, é preciso aproximar as empresas das universidades, fomentando uma relação harmoniosa entre iniciativa privada e setor público, assim como a UFV e o Grupo Agroceres sempre mantiveram um relacionamento saudável e benéfico para ambas as partes. Nós temos acadêmicos e cientistas que não param de produzir tecnologia de ponta, mas não estamos sabendo aproveitar todo esse conhecimento desenvolvido aqui e temos assistido a grandes mentes migrarem para outras nações em busca de melhores oportunidades.

Precisamos de uma revolução constante. Nossos governos têm investido pouco. Às vezes, o Estado custeia uma bolsa de estudo ou pesquisa para um professor ou estudante, mas sem ter o devido retorno. É hora de reverter esse ciclo e dar início a uma nova era: uma era marcada por um Brasil revolucionário, moderno e dinâmico, tal qual aquele país vislumbrado pelo Sr. Secundino em meados do século passado. Um Brasil sem entraves para quem quer empreender e gerar emprego e renda para nossa população. São de mulheres e homens ousados, que não temem empreender e enfrentar o desconhecido, de que o Brasil necessita mais do que nunca.

Então vamos fazer como o Dr. Secundino e plantar mais sementes inovadoras para colhermos frutos férteis como as empresas da Agroceres. Mais uma vez parabenizo o grupo, nas pessoas de seus diretores, funcionários e clientes aqui presentes nesta cerimônia.

Parabéns, Agroceres! Que suas sementes continuem cada vez mais rendendo bons frutos ao Brasil.

Confira cerimônia na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=JtSCXgyKrIY

Roberto Andrade discursa em homenagem aos 70 anos da Agroceres

Roberto Andrade discursa em homenagem aos 70 anos da Agroceres

Fonte: Assessoria de Comunicação – Roberto Andrade