Após circular em Viçosa a informação de que a 10ª Companhia Independente da Polícia Militar seria rebaixada para companhia comum, lideranças do município se movimentaram para evitar que a medida fosse tomada pelas autoridades estaduais. Na segunda-feira (4), o prefeito Ângelo Chequer articulou um movimento em defesa da segurança pública – iniciativa que reuniu autoridades e contou com o apoio do deputado Roberto Andrade (PSB) em Belo Horizonte.

O comando da Polícia Militar explicou ao parlamentar que está fazendo um estudo para melhorar o trabalho de patrulhamento ostensivo dos municípios – de onde, possivelmente, teriam surgido rumores de rebaixamento da companhia de Viçosa. “Junto com esse estudo de reorganização da PM, surgiu a especulação de que a 10ª Companhia seria rebaixada, devido às modificações que foram feitas em outras cidades. Conversei com o comando da Polícia Militar e fui informado de que essa mudança não seria efetivada”, esclareceu.

Para o deputado, no entanto, foi positivo o fato de a discussão ter vindo à tona, porque “despertou na população a necessidade de uma discussão mais séria sobre o assunto, que culminou no encontro promovido pelo prefeito Ângelo Chequer. O prefeito foi muito proativo ao tomar as medidas necessárias para que o rebaixamento da companhia não acontecesse”. Roberto Andrade espera que, no futuro, a 10ª Companhia seja elevada ao status de batalhão, com melhor estrutura de trabalho e maior efetivo policial. “As lideranças viçosenses devem fazer um movimento suprapartidário e cobrar do governo estadual a elevação da companhia para batalhão”, ponderou.

O parlamentar também disse que acompanhará de perto a indicação do novo juiz para a Vara Criminal de Viçosa, que está vaga desde que o juiz Omar Gilson de Moura Luz foi promovido para a Comarca de Ibirité. Em entrevista a uma rádio, Roberto Andrade agradeceu ao juiz pelos “mais de 20 anos de serviços prestados à comunidade viçosense”. Na ocasião, o deputado afirmou que o próximo magistrado deve estar preparado para enfrentar uma “situação de guerra”. Segundo informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o edital de preenchimento da vaga se encerra nesta terça-feira (5).

Como forma de endurecer o combate ao crime organizado, Roberto Andrade citou o exemplo da atuação do juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava Jato, que mantém preso o empreiteiro Marcelo Odebrecht há mais de dois anos. “Marcelo Odebrecht é um dos homens mais ricos do Brasil. Tem à sua disposição os melhores advogados do país e mesmo assim foi preso e condenado, o que demonstra que o Judiciário tem capacidade de atuar de maneira mais enérgica na punição de criminosos”, comparou.

Ainda de acordo com o deputado, para melhorar a segurança pública de Viçosa é necessária a instalação de uma delegacia da Polícia Federal no município, que já conta com unidades da Justiça Federal e do Ministério Público Federal. “Já participei de diversas reuniões com o superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais sobre a instalação da delegacia, mas a justificativa é a falta de efetivo policial no estado. Vou continuar insistindo para que isso se concretize, pois Viçosa é a única cidade com universidade federal que não conta com uma delegacia federal”, explicou. Roberto Andrade pediu ao Ministério Público mais firmeza na atuação contra o crime.

Além disso, o parlamentar fez críticas à legislação brasileira, que seria muito branda com os criminosos, e afirmou que “só punir também não resolve, é preciso fazer um trabalho social que dê perspectiva de futuro aos jovens”. Roberto Andrade falou dos projetos sociais que é desenvolvido nas comunidades de Nova Viçosa e Bom Jesus, onde crianças e adolescentes têm acesso a aulas de dança, percussão e música através de uma parceria com o Núcleo de Arte e Dança, iniciativa idealizada pelo parlamentar.

Encontro em Viçosa chamou a atenção para o caso

Fonte: Assessoria de Comunicação – Roberto Andrade