Para buscar formas de amenizar os efeitos da crise no setor hoteleiro da Capital, autoridades estaduais e municipais e representantes da hotelaria belo-horizontina participarão de audiência pública a ser promovida pela Assembleia de Minas, nesta sexta-feira, 24, às 10 horas, no auditório da ALMG. A reunião ocorrerá devido a requerimento do deputado Roberto Andrade.
Não é a primeira vez que o setor passa por uma grave crise. Entre 1999 e 2003, depois da construção de dezenas de apart-hotéis em BH, a hotelaria da cidade também enfrentou um momento de recessão, que só foi superado após a retomada do crescimento econômico e dos investimentos massivos feitos na área. Agora, a atual situação requer, mais uma vez, a mobilização do Poder Público, a participação da iniciativa privada, o apoio das entidades de classe e o fomento ao turismo.
Crises na hotelaria são sazonais. É um fenômeno que acontece no mundo inteiro. Calcula-se que, de dez em dez anos, o setor passa por um período de readequação, com empreendimentos indo à falência, para posterior surgimento de novos hotéis. No entanto, a Copa do Mundo de 2014 potencializou essa tendência, pois a expectativa de haver um legado próspero pós-Mundial não se concretizou.
Outro fator foram os incentivos dados pela Prefeitura, que estimularam o excesso de construções em hotelaria. Foram erguidos novos hotéis – muitos passaram por reformas – acima da real demanda de Belo Horizonte. Para ter ideia, a Prefeitura recebeu 84 projetos de novos empreendimentos, sendo 50 aprovados. Destes, 42 foram executados, ficando 21 prontos dentro do prazo – março de 2014 – e mais 14 finalizados posteriormente.
No cenário atual, percebe-se que está havendo concorrência predatória, através da guerra tarifária, falta de mão de obra, fechamento de empreendimentos e unidades em construção que estão migrando para outras atividades, como salas comerciais. Se a situação perdurar, mais hotéis devem encerrar as atividades, devido à baixa taxa de ocupação, nos próximos anos.
Especialistas dizem que, para contornar a crise atual, é preciso fazer, primeiro, um diagnóstico real do momento e um estudo de futuro, que vão nortear as ações do setor. Belo Horizonte necessita atrair eventos de grande porte, fazendo um amplo trabalho de divulgação da cidade no Brasil e no exterior. Outra necessidade é melhorar a infraestrutura da Capital, com investimentos em mobilidade urbana, ampliação dos espaços de convenções, conclusão da reforma do aeroporto de Confins e utilização do aeroporto da Pampulha para voos regionais, entre outras medidas.
De acordo com o deputado Roberto Andrade, as decisões a serem tomadas na audiência pública em Belo Horizonte terão reflexos por todo o estado. “O que afeta a Capital, afeta os demais municípios de Minas Gerais. Porém, a situação de Belo Horizonte, por causa da Copa, é a mais grave de todas e exige urgência. As outras cidades serão beneficiadas com a experiência que obtivermos com essa audiência pública”, explicou.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Roberto Andrade